Somos os primeiros da 2ª série de 20!
Fico deveras surpreendido com a surpresa que tem gerado o anúncio de que Portugal é o vigésimo primeiro melhor país do mundo para se viver, o que nos eleva instantaneamente ao título de melhores da segunda série de vinte. Não parecendo à primeira vista grande coisa, constatamos à segunda que até pode ser. É que, sinceramente, se fosse na Eurovisão ou no Campeonato do Mundo de Futebol pronto, tudo bem, já estamos habituados e não haveria assim grandes razões para surpresas - mas aqui estávamos a contar com algo bem melhor, pelo menos, vá, algures entre uma das primeiras seis séries de três, ou entre umas das primeiras duas séries de nove!
Gerindo a tristeza, além da surpresa, quisemos saber mais. Mas só um bocadinho mais, que o saber, ao contrário do que se pensa, ocupa lugar.
Gerindo a tristeza, além da surpresa, quisemos saber mais. Mas só um bocadinho mais, que o saber, ao contrário do que se pensa, ocupa lugar.
Bolsas de (des)incentivo à criação artística
O contexto periférico das Ilhas, a par de outras circunstâncias altamente limitantes como o escasso universo de infra-estruturas e recursos (sobretudo na área académica) ou o centenário défice cultural nacional – agudizado nos Açores -, tornam a carreira artística profissional praticamente impossível. Desta forma, quase sem excepção, todos os cidadãos açorianos que a tal ambicionam se vêem forçados a abandonar as Ilhas. A que criadores, portanto, se destinam estas bolsas e qual a sua efectiva contribuição para os objectivos a que se propõem? A meu ver, nenhuma, porque profundamente erradas em designação, essência e aplicação. Passo a explicar, centrando-me quando necessário, na minha área de trabalho – a música.
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