Conferência sobre Berio 2

Bem, estive na FCSH a ouvir a sra. Stoianova: superficial, dispersa, pouco objectiva. Duas horas a falar (em francês!), sem o mínimo de interacção com a plateia, que se manteve inabalavelmente silenciosa: "Estou muito surpreendida por perceberem tão bem o Francês", tirada só comparável a "Agora vamos ouvir um pouco de uma peça de Berio - mas estejam à vontade para ir tomar um café, ou fazer um intervalo"...

Falou-se das várias facetas de Berio, geralmente rotulando grupos de peças: de la musique populaire, de le dodecafonism, de la musique scénique... e por aí fora. Àparte as considerações gerais sobre o contexto histórico (quem foram os principais serialistas, peças relevantes, outros autores com quem Berio trabalhou - Sanguinetti, Calvino, etc.), os apontamentos sobre a música de Berio foram lidos em jeito de auto-citação, com observações "à musicólogo" do tipo "na Sequenza XYZ, ocorre um diálogo de dois gestos em torno das notas A e B; a peça é dedicada ao sr. H., razão pela qual a nota Si é tão importante".

Analiticamente, nada. Tecnicamente, nada. Não chega dizer que "Berio foi um estudioso das potencialidades da voz e dos instrumentos", ou que "foi um intelectual" (!)...

Nem uma ideia pertinente sobre o autor ou a música, nem uma síntese sobre a sua importância e porquê, nem das repercussões da sua obra. Como evoluiu o pensamento musical de Berio? Que elementos são intrínsecos à sua música?

Perguntas, essas sim, que poderiam ter sido respondidas... ou então não!

1 coments:

Anónimo disse...

Pronto, pronto, para compensar o espectáculo no CCB, neste fico contente por não ter ido... ;]